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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O que é isso companheiro (versão Luciano Pires)

Nois dois vivia intocado e clandestino
Nosso destino era fundo de quintar
Desconfiavam que nois era comunista
Ou terrorista, de manchete de jornar
Nois aluguemo casa na periferia
No mesmo dia, se mudemo para lá.
Levando uma big de uma metralhadora
Que a genitora se benzia ao oiá.

Nois pranejemo de primeiro um assarto
Com mãos ao arto, todo mundo pro banheiro
Nois ria de pensar na cara do gerente.
Oiando a gente, conferindo o dinheiro.
Mas o tal banco acabô saindo ileso
E fumo preso, jurando ser inocente.
Nois não sabia que furtar de madrugada.
Era mancada pois não tem expediente.

Despois de um ano apertado numa cela.
O sentinela veio e anunciou:
"O delegado pergunto se ocês topa
Ir prás oropa, a troco de um embaixador".
Na mesma hora arrumemo passaporte
Pois com a sorte não se brinca duas vez.
E os passaporte que demos no aeroporto,
Era de um morto e de um lord finlandês.

E quando veio aquela tar de anistia
Nem mais um dia fiquemo no exterior
E hoje já fazendo parte da história
Vendendo memória, hoje nois é escritor.

Emburreça, empobreça e enriqueça: assista e participe.

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(Luiz Fernando
Veríssimo)
 
Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço...A  décima primeira (está indo longe!) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil,... encontrar as palavras adequadas para
qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.


Dizem que em Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos, na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB é a realidade em busca do IBOPE...

 

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB. Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.

 

Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que  recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo.


Eu gostaria de perguntar, se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.


Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis?


São esses nossos exemplos de heróis?


Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros: profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados..


Heróis, são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia.


Heróis, são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.


Heróis, são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada, meses atrás pela própria Rede Globo.


O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral.


E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!


Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada
paredão.


Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social: moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?


(Poderiam ser feitas mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores!)


Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.


Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ler a Bíblia, orar, meditar, passear com os filhos, ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar
para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir.


Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e
destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construída nossa
sociedade.


Um abismo chama outro abismo.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Como as mulheres dominaram o mundo?

Luis Fernando Veríssimo

Conversa entre pai e filho, por volta do ano de 2031 sobre como as mulheres dominaram o mundo.
- Foi assim que tudo aconteceu, meu filho...
Elas planejaram o negócio discretamente, para que não notássemos Primeiro elas pediram igualdade entre os sexos. Os homens, bobos, nem deram muita bola para isso na ocasião. Parecia brincadeira.
Pouco a pouco, elas conquistaram cargos estratégicos: Diretoras de Orçamento, Empresárias, Chefes de Gabinete, Gerentes disso ou daquilo.
- E aí, papai?
- Ah, os homens foram muito ingênuos. Enquanto elas conversavam ao telefone durante horas a fio, eles pensavam que o assunto fosse telenovela. Triste engano. De fato, era a rebelião se expandindo nos inocentes intervalos comerciais. "Oi querida!", por exemplo, era a senha que identificava as líderes. "Celulite", eram as células que formavam a organização. Quando queriam se referir aos maridos, diziam "O regime".
- E vocês? Não perceberam nada?
- Ficávamos jogando futebol no clube, despreocupados. E o que é pior:
Continuávamos a ajudá-las quando pediam. Carregar malas no aeroporto, consertar torneiras, abrir potes de azeitona, ceder a vez nos naufrágios. Essas coisas de homem.
- Aí, veio o golpe mundial?!?
- Sim o golpe. O estopim foi o episódio Hillary-Mônica. Uma farsa. Tudo armado para desmoralizar o homem mais poderoso do mundo. Pegaram-no pelo ponto fraco, coitado. Já lhe contei, né? A esposa e a amante, que na TV posavam de rivais eram, no fundo, cúmplices de uma trama diabólica. Pobre Presidente...
- Como era mesmo o nome dele?
- William, acho. Tinha um apelido, mas esqueci... Desculpe, filho, já faz tanto tempo...
- Tudo bem, papai. Não tem importância. Continue...
- Naquela manhã a Casa Branca apareceu pintada de cor-de-rosa. Era o sinal que as mulheres do mundo inteiro aguardavam. A rebelião tinha sido vitoriosa! Então elas assumiram o poder em todo o planeta. Aquela torre do relógio em Londres chamava-se Big-Ben, e não Big-Betty, como agora... Só os homens disputavam a Copa do Mundo, sabia? Dia de desfile de moda não era feriado. Essa Secretária Geral da ONU era uma simples cantora. Depois trocou o nome, de Madonna para Mandona...
- Pai, conta mais...
- Bem filho... O resto você já sabe.
Instituíram o Robô "Troca-Pneu" como equipamento obrigatório de todos os carros...
A Lei do Já-Prá-Casa, proibindo os homens de tomar cerveja depois do trabalho...
E, é claro, a famigerada semana da TPM, uma vez por mês...
- TPM???
- Sim, TPM... A Temporada Provável de Mísseis... E quando elas ficam irritadíssimas e o mundo corre perigo de confronto nuclear...
- Sinto um frio na barriga só de pensar, pai...
- Sssshhh! Escutei barulho de carro chegando. Disfarça e continua picando essas batatas...


Sua Ligação é Muito Importante para nós... me engana?

Meu Brasil... brasileiro.

Um Dia de Merda - Luiz Fernando Veríssimo

Um dia de merda
O que é um peido para quem está todo cagado?

A expressão do título é conhecida de todos, mas o texto que a originou é menos. É um texto de Luis Fernando Veríssimo incluído na obra Veríssima que ele fez numa viagem para Miami.
Só o li recentemente e transcrevo abaixo.. Quem não conhece, leia. Vale a pena....

'Aeroporto Santos Dumont, 15:30..
Senti um pequeno mal-estar causado por uma cólica intestinal, mas nada que uma urinada ou uma barrigada não aliviasse.

Mas,atrasado para chegar ao ônibus que me levaria para o Galeão, de onde partiria o vôo para Miami, resolvi segurar as pontas. Afinal de contas são só uns 15 minutos de busão.'Chegando lá, tenho tempo de sobra para dar aquela mijadinha esperta, tranqüilo, o avião só sairía às 16:30'.
Entrando no ônibus, sem sanitários. Senti a primeira contração e tomei consciência de que minha gravidez fecal chegara ao nono mês e que faria um parto de cócoras assim que entrasse no banheiro do aeroporto.
Virei para o meu amigo que me acompanhava e, sutil falei:
'Cara, mal posso esperar para chegar na merda do aeroporto porque preciso largar um barro.'
'Nesse momento, senti um urubu beliscando minha cueca, mas botei a força de vontade para trabalhar e segurei a onda.'

O ônibus nem tinha começado a andar quando, para meu desespero, uma voz disse pelo alto falante: 'Senhoras e senhores, nossa viagem entre os dois aeroportos levará em torno de 1hora, devido a obras na pista.
'Aí o urubu ficou maluco querendo sair a qualquer custo'. Fiz um esforço hercúleo para segurar o trem merda que estava para chegar na estação ânus a qualquer momento.
Suava em bicas. Meu amigo percebeu e, como bom amigo que era, aproveitou para tirar um sarro.

O alívio provisório veio em forma de bolhas estomacais, indicando que pelo menos por enquanto as coisas tinham se acomodado. Tentava me distrair vendo TV, mas só conseguia pensar em um banheiro, não com uma privada , mas com um vaso sanitário tão branco e tão limpo que alguém poderia botar seu almoço nele. E o papel higiênico então: branco e macio, com textura e perfume e, ops, senti um volume almofadado entre meu traseiro e o assento do ônibus e percebi, consternado, que havia cagado. Um cocô sólido e comprido daqueles que dão orgulho de pai ao seu autor.
Daqueles que dá vontade de ligar pros amigos e parentes e convidá-los a apreciar na privada.
Tão perfeita obra, dava pra expor em uma bienal.
Mas sem dúvida, a situação tava tensa. Olhei para o meu amigo, procurando um pouco de piedade, e confessei sério:

'Cara, caguei!'
Quando meu amigo parou de rir, uns cinco minutos depois, aconselhou-me a relaxar, pois agora estava tudo sob controle.

'Que se dane, me limpo no aeroporto', pensei.
'Pior que isso não fico'.

Mal o ônibus entrou em movimento, a cólica recomeçou forte.

Arregalei os olhos, segurei-me na cadeira mas não pude evitar, e sem muita cerimônia ou anunciação, veio a segunda leva de merda. Desta vez, como uma pasta morna.
Foi merda para tudo que é lado, borrando, esquentando e melando a bunda, cueca, barra da camisa, pernas, panturrilha, calças, meias e pés.

E mais uma cólica anunciando mais merda, agora líqüida, das que queimam o fiofó do freguês ao sair rumo a liberdade. E depois um peido tipo bufa, que eu nem tentei segurar. Afinal de contas, o que era
um peidinho para quem já estava todo cagado...


Já o peido seguinte, foi do tipo que pesa. E me caguei pela quarta vez.
Lembrei de um amigo que certa vez estava com tanta caganeira que resolveu botar modess na cueca, mas colocou as linhas adesivas viradas para cima e quando foi tirá-lo levou metade dos pêlos do rabo junto. Mas era tarde demais para tal artifício absorvente. Tinha menstruado tanta merda que nem uma bomba de cisterna poderia me ajudar a limpar a sujeirada.

Finalmente cheguei ao aeroporto e saindo apressado com passos curtinhos, supliquei ao meu amigo que apanhasse minha mala no bagageiro do ônibus e a levasse ao sanitário do aeroporto para que eu pudesse trocar de roupas. Corri ao banheiro e entrando de boxe em boxe, constatei falta de papel higiênico em todos os cinco.
Olhei para cima e blasfemei: 'Agora chega, né?'
Entrei no último, sem papel mesmo, e tirei a roupa toda para analisar minha situação (que concluí como sendo o fundo do poço) e esperar pela minha salvação, com roupas limpinhas e cheirosinhas e com ela uma lufada de dignidade no meu dia.
Meu amigo entrou no banheiro com pressa, tinha feito o 'check-in' e ia correndo tentar segurar o vôo. Jogou por cima do boxe o cartão de embarque e uma maleta de mão e saiu antes de qualquer protesto de minha parte. 'Ele tinha despachado a mala com roupas'.
Na mala de mão só tinha um pulôver de gola 'V'.
A temperatura em Miami era de aproximadamente 35 graus.
Desesperado comecei a analisar quais de minhas roupas seriam, de algum modo, aproveitáveis. Minha cueca, joguei no lixo. A camisa era história. As calças estavam deploráveis e assim como minhas meias, mudaram de cor tingidas pela merda . Meus sapatos estavam nota 3, numa escala de 1 a 10.
Teria que improvisar. A invenção é mãe da necessidade, então transformei uma simples privada em uma magnífica máquina de lavar. Virei a calça do lado avesso, segurei-a pela barra, e mergulhei a parte
atingida na água. Comecei a dar descarga até que o grosso da merda se desprendeu. Estava pronto para embarcar.

Saí do banheiro e atravessei o aeroporto em direção ao portão de embarque trajando sapatos sem meias, as calças do lado avesso e molhadas da cintura ao joelho (não exatamente limpas) e o pulôver gola 'V', sem camisa. Mas caminhava com a dignidade de um lorde.
Embarquei no avião, onde todos os passageiros estavam esperando o 'RAPAZ QUE ESTAVA NO BANHEIRO' e atravessei todo o corredor até o meu assento, ao lado do meu amigo que sorria..

A aeromoça aproximou-se e perguntou se precisava de algo.
Eu cheguei a pensar em pedir 120 toalhinhas perfumadas para disfarçar o cheiro de fossa transbordante e uma gilete para cortar os pulsos, mas decidi não pedir:
'Nada, obrigado.'

Eu só queria esquecer este dia de merda. Um dia de merda...
* Luis Fernando
Veríssimo* (verídico).

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Indicação e Indignação sobre indicação para o STF

http://webmail.dduwe.com.br/cgi-bin/webmail/webmail-view.pl?acao=viewhtml&folder=inbox&sessionid=hm1076-171049100-6RPS8sUnjFTpIT8qwAbSW2LRNmX9H25d&mid=5152&at=2&ct=image/jpeg&im=1


MANIFESTO DA SOCIEDADE CIVIL SOBRE A INDICAÇÃO PARA O STF

                        Há muito tempo a sociedade civil brasileira vem discutindo a necessidade da construção de mecanismos democráticos de participação no processo de escolha dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. Apesar de ser uma prática comum nos países democráticos, essa discussão pública ainda não vem ocorrendo em nosso País. A relevância desse debate pode ser claramente percebida na presente conjuntura, onde se observam impasses sobre temas de grande relevância, como no caso dos julgados relativos à Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar nº 135/2010).
                        A sociedade civil brasileira, por outro lado, está mobilizada em milhares de organizações que promovem uma constante e crescente incidência pelo aprimoramento das instituições democráticas. São exemplos disso as redes de organizações sociais denominadas MCCE – Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral e ABRACCI – Articulação Brasileira contra a Corrupção e a Impunidade, Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político, como ademais a mobilização liderada pela Rede AMARRIBO.
                        Essa energia política inovadora reclama do Estado Brasileiro a abertura ao diálogo e à colaboração em torno de objetivos estratégicos. Ela tem gerado a alteração dos marcos legais (a Lei contra a Compra de Votos e a Lei da Ficha Limpa, por exemplo, ambas de iniciativa popular), bem como influenciado a interpretação das normas jurídicas e a transformação dos padrões de comportamento institucional, contribuindo para o fortalecimento da imagem positiva do Brasil perante seu próprio povo e no cenário internacional.
                        Toda essa movimentação gerou, ainda, a convocação pelo Presidente LUÍS INÁCIO LULA DA SILVA, no último Dia Internacional de Combate à Corrupção (9 de dezembro), da Conferência Nacional sobre Transparência e Participação Social – CONSOCIAL, que acontecerá ainda em 2011. Já em 2012 o Brasil sediará a 15ª Conferência Internacional Anti-Corrupção (IACC), para a qual são esperados participantes de mais de cem países, tendo como entidade-anfitriã a AMARRIBO, organismo que no Brasil representa a Transparência Internacional.
                        É nesse contexto que os(as) cidadãos(ãs) e organizações da sociedade civil que subscrevem este manifesto apresentam à Presidenta DILMA VANA ROUSSEFF o nome do MÁRLON JACINTO REIS, a fim de que considere a hipótese de indicá-lo para a vaga em aberto perante o Supremo Tribunal Federal.
                        Trata-se de um magistrado cuja história é marcada pela ativa participação nas frentes de articulação social em defesa da democracia e dos Direitos Humanos. Foi um dos fundadores do MCCE e da ABRACCI, além de integrar o Conselho Diretor da AMARRIBO. Além disso, preside a Associação Brasileira dos Magistrados, Procuradores e Promotores Eleitorais – ABRAMPE, que tem colaborado de forma marcante em todas as lutas pelo fortalecimento da democracia brasileira. Seu currículo acadêmico e sua experiência profissional, por outro lado, testemunham a notabilidade do seu saber jurídico.
                        Sua eventual indicação para Ministro do Supremo Tribunal Federal representará antes de tudo o reconhecimento da importância do diálogo de todas as instituições públicas com a sociedade civil que reclama a abertura de novos e mais efetivos canais de interlocução. 

Notícia publicada no Estadão de 21 de janeiro de 2011

Grupo da Ficha Limpa `lança' candidato ao STF

Essa vaga surgiu com a aposentadoria, em agosto do ano passado, do ministro Eros Grau

Gabriel Manzano, de O Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - Depois do sucesso da campanha pela Lei da Ficha Limpa, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) decidiu dar outro passo na campanha por maior participação da sociedade na vida política: "lançou" o nome do juiz Marlon Reis, do Maranhão, como candidato à 11ª vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal.
Essa vaga surgiu com a aposentadoria, em agosto do ano passado, do ministro Eros Grau. O advogado-geral da União, Luiz Inácio Adams, vem sendo apontado como "o grande favorito" para a indicação, que será decidida pessoalmente pela presidente da República. "Mas sua confirmação no posto, por Dilma Rousseff, deixou no ar uma incerteza e estamos aproveitando esse momento para puxar essa discussão, a da escolha de ministros do Supremo, para uma maior participação da sociedade", explica o arquiteto Francisco Whitaker, um dos militantes do MCCE.
Juiz de Direito no Maranhão, Reis destacou-se na defesa de duas leis de iniciativa popular - a que pune compra de votos, aprovada em 1999, e a da Ficha Limpa, do ano passado. Na primeira delas, formou grupos de juízes e promotores, em seu Estado, para fiscalizar a compra de votos. Reis preside, também, a Associação Brasileira dos Magistrados, Procuradores e Promotores Eleitorais (Abramppe).
Autor da iniciativa, o promotor Affonso Ghizzo Neto, de Santa Catarina, afirma que, "além da qualidade técnica e ética", o nome de Marlon pode "trazer a pressão popular para a indicação do novo ministro do Supremo". Segundo Whitaker, "a receptividade das associações ligadas ao MCCE tem sido enorme".

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Desafio: O que está faltando neste texto?

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Vamos ver se você é realmente perspicaz! Leia e tente descobrir.

Sem nenhum tropeço posso escrever o que quiser sem ele, pois rico é o
português e fértil em recursos diversos, tudo isso permitindo mesmo o que de
início, e somente de início, se pode ter como impossível. Pode-se dizer tudo,
com sentido completo, mesmo sendo como se isto fosse mero ovo de Colombo.

Desde que se tente sem se pôr inibido pode muito bem o leitor empreender este
belo exercício, dentro do nosso fecundo e peregrino dizer português, puríssimo
instrumento dos nossos melhores escritores e mestres do verso, instrumento que
nos legou monumentos dignos de eterno e honroso reconhecimento

Trechos difíceis se resolvem com sinônimos. Observe-se bem: é certo que, em
se querendo esgrime-se sem limites com este divertimento instrutivo. Brinque-se
mesmo com tudo. É um belíssimo esporte do intelecto, pois escrevemos o que
quisermos sem o “E” ou sem o “I” ou sem o “O” e, conforme meu exclusivo desejo,
escolherei outro, discorrendo livremente, por exemplo, sem o “P”, “R” ou “F”, o
que quiser escolher, podemos, em corrente estilo, repetir um som sempre ou mesmo
escrever sem verbos.

Com o concurso de termos escolhidos, isso pode ir longe, escrevendo-se todo
um discurso, um conto ou um livro inteiro sobre o que o leitor melhor preferir.
Porém mesmo sem o uso pernóstico dos termos difíceis, muito e muito se prossegue
do mesmo modo, discorrendo sobre o objeto escolhido, sem impedimentos. Deploro
sempre ver moços deste século inconscientemente esquecerem e oprimirem nosso
português, hoje culto e belo, querendo substituí-lo pelo inglês. Por quê?

Cultivemos nosso polifônico e fecundo verbo, doce e melodioso, porém incisivo
e forte, messe de luminosos estilos, voz de muitos povos, escrínio de belos
versos e de imenso porte, ninho de cisnes e de condores.

Honremos o que é nosso, ó moços estudiosos, escritores e professores.
Honremos o digníssimo modo de dizer que nos legou um povo humilde, porém viril e
cheio de sentimentos estéticos, pugilo de heróis e de nobres descobridores de
mundos novos.

Descobriu?

Não tem a letra A em nenhum lugar!

dica da Mércia Padovani

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

As únicas trigêmeas surdas-cegas do mundo.

Seleções Reader´s Digest

No quarto das trigêmeas, há três pequenas camas, mas Zoe costuma dormir numa cadeira de brinquedo em forma de saquinho de feijão. Emma prefere a >caixa de brinquedos, isso se conseguir dormir. Há noites em que ela passa horas pulando e espalhando cobertas e brinquedos, arremessando-os o mais longe possível. Apenas Sophie, cuja pouca visão só lhe permite divisar formas a curta distância, permanece enrolada nas cobertas durante a maioria das noites. Para suas irmãs, “cama” é um conceito sem qualquer sentido.
Elas têm 7 anos e são as únicas trigêmeas surdas-cegas do mundo. Testes revelam que a inteligência das meninas é normal, mas a privação sensorial impôs grave atraso a seu desenvolvimento. Embora Sophie consiga percorrer espaços familiares por conta própria, ela só diz frases de três palavras e utiliza linguagem de sinais em nível de jardim-de-infância. Emma só consegue sinalizar quatro palavras, dizer o próprio nome, e “Mama” e “Dada”. Zoe sinaliza mais de uma dúzia de palavras, mas pronuncia apenas uma: “go” (ir, ou vá). A exemplo de Emma, ela também usa fralda.

Rotina das trigêmeas

Há até pouco tempo, as manhãs na casa de Liz e George Hooker, num subúrbio de Houston, Texas, costumavam ser caóticas. A mãe e o padrasto das meninas acordavam às cinco e meia. Enquanto George arrumava o quarto, Liz dava banho e vestia as trigêmeas. Tinha também de adivinhar o que as meninas queriam comer, pois, se errasse, a comida acabava no chão. No café-da-manhã, Zoe sentava-se com a testa contra a mesa; para estimular-se, balançava-se e produzia zumbidos e sons estridentes. Emma ficava virando o rosto de um lado para o outro.
Em meio a tudo isso, a irmã mais velha, Sarah, 11 anos, tinha dificuldade para obter atenção dos pais. Se precisasse de ajuda com o dever de casa ou para solucionar algum dilema social da pré-adolescência, teria de esperar.
O ônibus escolar chegava às sete horas para levar as trigêmeas a uma instituição especializada que parecia dispor de poucos meios para ajudá-las. “Nessa época”, relembra Liz, “estávamos à beira do colapso”. No entanto, ela e George trabalhavam como autônomos e reservavam os poucos momentos livres para levar adiante sua missão: libertar as trigêmeas – e outras crianças como suas filhas – daquela prisão.
Por fim, em 2007, os Hookers começaram a receber auxílio para sua causa. Conquistaram vitórias surpreendentes, e o dia-a-dia da família adquiriu um ritmo bem diferente.

Causas da deficiência visual e auditiva das trigêmeas

Das 45 mil pessoas surdas-cegas nos Estados Unidos, estima-se que 11 mil sejam crianças. As causas variam de problemas genéticos a acidentes domésticos. As trigêmeas, nascidas em 30 de abril de 2000, quando Liz estava apenas na 24ª semana de gravidez, passaram os primeiros meses de vida no hospital. Como ocorre às vezes com prematuros, seus olhos foram lesionados por causa do crescimento anormal dos vasos sanguíneos. Depois, para evitar uma infecção, as meninas receberam um coquetel de antibióticos. A medicação teve um efeito colateral devastador: a destruição dos folículos – minúsculos pelos responsáveis pela audição e o equilíbrio, situados ao longo do ouvido interno.
A princípio, Liz só sabia que as trigêmeas eram cegas. Então, interrompeu sua carreira de produtora de vídeo para cuidar delas. Seu complicado primeiro casamento entrou em parafuso: ela e o marido acabaram se separando. Só quando as três meninas estavam com 1 ano e 8 meses é que Liz percebeu que havia algo mais de errado. Elas começavam a aprender a pronunciar as primeiras palavras e dar os primeiros passos quando, de repente, pararam de falar e até de se sentar. As três desabavam no chão, batendo a cabeça com força. Quando recebeu o diagnóstico, Liz se deitou no chão da sala de estar e começou a gritar. “Eu tinha sonhos para elas”, conta. “Ia ensiná-las a dançar. Senti como se fosse o fim do mundo.”
Embora o senso de equilíbrio retornasse, a surdez permaneceu. Pouco antes de completarem 3 anos, Liz levou-as para fazer um implante coclear – a colocação no ouvido de um dispositivo que envia sinais para o nervo auditivo. Esses implantes podem fazer maravilhas em algumas pessoas, mas as trigêmeas não demonstraram quase resposta alguma. Impedidas de receber estímulos sensoriais, elas haviam perdido a capacidade de identificar o sentido do som que os dispositivos implantados transmitiam.

Você se casaria com alguém que tivesse trigêmeas surda-cegas?

Com três crianças tão dependentes para cuidar, Liz não conseguia atender às próprias necessidades, quanto mais às de Sarah. Acabou entrando em depressão. Foi quando, certo dia em 2003, esbarrou no website de um ex-namorado e achou que ele pudesse ajudá-la a encontrar um meio de seguir em frente. Liz e George haviam namorado por dois anos na faculdade, mas o medo que ele sentia de assumir compromissos levou-a a terminar o relacionamento. Ela sempre se perguntava sobre como teria sido a vida se tivesse dado uma segunda chance a ele.
George também se tornara produtor de vídeo e morava por perto. Reunindo forças, Liz ligou para ele. No primeiro encontro, George confessou que nunca a esquecera, e Liz percebeu que sentia o mesmo. Ela esperou uma semana para revelar a verdade sobre suas filhas, temendo que ele fosse embora. Não foi. “Nada mais fiz nesses 32 anos senão cuidar exclusivamente de mim”, reconheceu George. “A volta de Liz mudou tudo em minha vida.”
Casaram-se um ano depois. George diminuiu seu trabalho para dedicar mais tempo à nova família. Tanto ele quanto Liz conheciam a história de Helen Keller, que perdera visão e audição por causa de uma doença, e aos 7 anos era tão inatingível quanto as trigêmeas. Conforme mostrado no filme ganhador do Oscar de 1962, O milagre de Anne Sullivan, do cineasta Arthur Penn, a salvação de Keller veio na pessoa de Anne Sullivan – professora que a acompanhou por cinco décadas.
Anne estimulou o sentido do tato para reconectar sua aluna ao mundo. Ela colocou Helen em contato com cada elemento do ambiente que a cercava, utilizando linguagem táctil de sinais (mediante um código de toques na pele) para traduzir a experiência em palavras. A menina selvagem logo começou a se transformar num ser humano de dotes surpreendentes.

Programas de eduação especial para portadores de deficiências sensoriais

Hoje, especialistas como Anne Sullivan são conhecidos como “educadores especiais”. O número destes educadores especiais, porém, é pequeno, e seu treinamento, em geral, precário. Nos Estados Unidos, a maioria dos educadores especiais assiste a um seminário de dois dias e depois aprende o restante na prática. Contratados geralmente por escolas públicas, trabalham em sala de aula, em vez de na casa do aluno.
Isso não era o ideal para Liz e George. Em 2003, eles visitaram a Escola Perkins para Cegos, perto de Boston, onde Helen Keller havia estudado. Lá conheceram alunos surdos-cegos cujo desempenho acadêmico e habilidades sociais os impressionaram. Um dos alunos mais antigos confidenciou-lhes que, quando mais jovem, fora igual às filhas deles. “Foi então que dissemos: ‘Agora que sabemos o que é possível fazer, não nos contentaremos com menos’”, relembra George. Mas o custo do programa para surdo-cego – 225 mil dólares por aluno, por ano – não era coberto pelo plano de saúde e estava muito além da capacidade do casal. De volta ao Texas, Liz e George matricularam as filhas em vários cursos extracurriculares. Trataram também de encontrar sua própria Anne Sullivan.

Educadores Especiais: como ensinar no silencioso e escuro universo das trigêmeas

Numa loja do Wal-Mart, McKenzie Levert leva Zoe às compras. Moça alta, 28 anos, McKenzie deixa que Zoe esprema um tubo de pasta de dentes e experimente prendedores de cabelo. No departamento de brinquedos, a menina sobe num carro elétrico. Com o auxílio de McKenzie, pressiona o pedal do acelerador. A batida que se segue não é grave, e Zoe sinaliza: “De novo.”
McKenzie se formou em educadora especial no curso de dois anos da Faculdade George Brown, de Toronto, no Canadá, considerada a melhor do mundo nessa especialidade. Mudou-se para Spring, a fim de se dedicar à mais necessitada das trigêmeas. Todo dia útil, às oito da manhã, ela tira Zoe da cama e inicia um programa de treinamento sobre os princípios básicos da vida diária – de higiene e preparação de alimentos a navegação (ou seja, aprender a avaliar posição, rumo e distância ao percorrer seus caminhos) e comunicação. Após o banho e o café-da-manhã, McKenzie a conduz escada acima para um quarto aparelhado com uma mesa infantil e uma caixa cheia de material didático.
McKenzie reforça as palavras faladas com sinais de tato. Para cada atividade – brincar, assar bolo, fazer compras –, ela entrega a Zoe um cartão com a palavra escrita em braile e um objeto simbólico (uma bola, um batedor de ovos, um saco plástico) anexado para reforçar a compreensão. Há lições de classificação de formas, exercícios de vocabulário e sessões de brincadeira com massinha. Às quatro da tarde, quando McKenzie vai para casa, Zoe fica com um ar de alegre exaustão.
Para Liz e George, não foi fácil encontrar uma educadora especial como McKenzie Levert. Contratar três era impossível. Os Hookers queriam alguém formado pela Faculdade George Brown, mas o preço – 50 mil dólares por ano – excedia a renda anual da família, e nenhum plano de saúde cobria esse tratamento.

DeafBlind Children’s Fund (Fundo para Crianças Surdas-Cegas)

Eles sabiam que outras famílias também passavam por essa dificuldade. Fundaram, então, uma organização chamada DeafBlind Children’s Fund (Fundo para Crianças Surdas-Cegas), com o objetivo de proporcionar um educador especial para cada criança que precisasse. A primeira beneficiária foi a trigêmea que apresentava maior nível de frustração. Sophie finalmente começava a compreender a linguagem; Emma parecia estar relativamente serena. No entanto, quando Zoe queria algo e não conseguia dizer o que era, socava-se no rosto. “Ela era muito motivada”, diz George, “mas não tinha para onde dirigir sua motivação.”
No fim de 2006, a organização realizou seu primeiro evento para arrecadar recursos: um torneio beneficente de golfe que possibilitou angariar o suficiente para contratar por um ano uma profissional formada pela George Brown. Pouco depois, o casal foi ao programa de TV do Dr. Phil, no qual o famoso terapeuta anunciou que sua fundação pessoal, em parceria com um site de empréstimos, doariam 50 mil dólares para cobrir a remuneração da educadora especial por mais um ano.
McKenzie reiniciou os trabalhos em março de 2007. Desde então, Zoe tem apresentado um progresso notável. Já consegue sinalizar 15 palavras – cinco vezes mais do que conseguia antes da chegada da educadora. Antes tão notívaga quanto Emma, agora dorme a noite toda. Também está mais calma e atenta, e já é capaz de escovar os dentes, vestir-se e servir-se de biscoitos.
Algum dia Zoe vai conseguir manter uma conversa, ler um livro e até arranjar um emprego ou se casar. “Por enquanto”, comemora McKenzie, “é maravilhoso vê-la tornar-se uma menina de 7 anos.”
Zoe não é a única da família cuja vida tem melhorado. Graças à educadora especial – e a um grupo de ajudantes fornecidos por um programa governamental de auxílio aos deficientes –, os pais das meninas têm mais tempo livre para trabalhar. Com “bicos” em vídeo e design, além de sustentar a casa, eles já conseguiram 125 mil dólares para o DeafBlind Children’s Fund.
Liz e George também podem dar mais atenção a Sarah, cujas notas em Matemática e a relação sorrisos/cara amarrada têm melhorado muito. Eles têm trazido Sarah e Emma da escola e levado Sophie até o jardim-de-infância. A confusão matinal com relação ao ônibus escolar terminou. Emma foi avaliada por um instrutor da Faculdade George Brown no ano passado, e é a próxima da fila para receber um educador especial de longo prazo. Depois, será a vez de Sophie.
Embora o fundo pretenda ajudar centenas de crianças, problemas de imigração ameaçam a ida de mais educadores especiais do Canadá para os Estados Unidos. A família tem feito lobby junto a legisladores para alterar as regras. E tem apoiado esforços para melhorar a formação de educadores especiais no próprio país.
Enquanto isso, Liz e George são gratos pelo longo caminho que a família já percorreu. Certa noite, num restaurante mexicano da vizinhança, um mariachi começou a tocar para eles. O rosto de Emma iluminou-se com ar de puro encantamento. Ela tem demonstrado interesse pela música.
A mãe a observa com esperança. “Algum dia serei capaz de lhe perguntar no que andou pensando todos esses anos”, imagina. “Não vejo a hora em que conseguirei penetrar na mente e no coração de minhas filhas.”

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti!

Janela de Johari é uma ferramenta conceitual, criada por Joseph Luft e Harrington Ingham em 1955, (exatamente no ano em que nasci) que tem como objetivo auxiliar no entendimento da comunicação interpessoal e nos relacionamentos com um grupo.
Este conceito pode aplicar-se ao estudo da interação e das relações interpessoais em várias situações, nomeadamente, entre indivíduos, grupos ou organizações.
A palavra Johari, tem origem na composição dos prenomes dos seus criadores: Jo(seph) e Hari(Harrington).

Resolvi pedir a uma pessoa amiga, que prefere não se identificar, que fizesse uma descrição a meu respeito usando da mais absoluta franqueza e assertividade. Decidi publicar o que tal pessoa escreveu.

"Não é muito difícil falar de alguém como ele. Não precisam rodeios, nem ser vidente, nem ser integrante da ABIN ou coisa parecida. Pois trata-se de um perfil que
transparece sem que  me exija complexidade alguma.
Rosto sereno, preenchido com um belo sorriso, adornado com um bigode que lhe virou uma marca registrada. Embora hoje lhe faltem alguns cabelos,  é impressionante a sua aparência
de um homem cada vez mais jovem.
Com um semblante calmo e possuidor de uma notória sisudez, seus traços próprios o complementam.
Não disfarça a sua vaidade.  Elegante, educado  e cheio de charme – esta é a visão clássica
sempre esboçada. Ele gosta de se vestir bem e sabe portar-se. Se adéqua à
qualquer lugar ou à qualquer ocasião.
Sua inteligência excede à de muitos, dá-lhe um toque especial; Embora nem sempre a admita.
Estudioso, dedicado, e que sempre procura manter-se atualizado. Sob um rico acervo de livros e dados, e a inúmeros filmes e muito conhecimento, sua sede é sempre por mais. Ambiciona (no
bom sentido) muito mais; e dedica-se sempre ao melhor. Ir mais além é a sua meta... sonhos que ainda realizará, enfim.
Curte as coisas boas. Mas acho que ele deveria curtir mais... Como por exemplo, fazer mais viagens que não sejam a trabalho, e outras atividades mais.
Perfeccionista, cobra muito de si mesmo. Por isso, não lhe é difícil render-se à ansiedade.
Humano  e muito cativante, a sua sensibilidade se apresenta claramente ao relacionar-se. Da
criança ao mais vivido se mostra capaz de cativar. Adora fazer amizades,
principalmente com mulheres.(rs). Tem imensa facilidade em se doar.
Experiente e conhecedor de muita coisa. Lida com pessoas há um bom tempo e não vê muita dificuldade em seus ofícios. Sua profissão de professor, a que mais lhe agrada, o torna um alvo
fácil de grandes admirações.
Ele “divide-se” em muitos,  para dar a atenção a todos (ou todas...rs). Mestre em ser grato e PHD em se fazer agradar. Como todo bom assediado, sabe driblar o que considera maçante. Nunca foi amante da mentira – mas isso não o esquiva se precisar fazer uso dela nessas horas
impertinentes.
Por não ser perfeito, ele carrega “coisinhas”. Por isso, ele revela em algumas circunstâncias
ser esse alguém que nem sempre aprendeu a relevar todas as ofensas, pois tem um
pouco de dificuldade nisso ... Sim! Claro, ele também erra.
Comete atitudes que se arrepende, mesmo que nem sempre  seja capaz de reconhecer a falta.
Mas deixa ele, pois por várias vezes comentou que fora pior, e que hoje já
mudara bastante. 
Possuidor também de uma paciência admirável;  se mostra bem tardio, em se tratando de
perder a calma. Mas como todos os mortais, sabe erguer o seu furor nas horas em
que o “mundo” extrapola.
E “emputecido”, como diriam os seus colegas, ele prefere ficar sozinho num canto sem que ninguém se aproxime.
Conquistador de um grande respeito. Tem o bom humor como uma outra grande marca, sabe sorrir contagiando, e contagiar sorrindo . Mas também não se constrange quando bate de frente com
aqueles instantes de agonia , e em certas horas, também pode tornar-se como um
bebezinho carente e perdido... então, não tem vergonha de suas lágrimas, chora com
muita facilidade.
Um atarefado que encontra tempo para muita coisa boa, ou não(facebook...rs).
Homem não dado aos vícios e de uma razoável fé, pois ainda pairam sobre a sua mente, muitas perguntas que um dia sabemos que irão ter fim.   
Acompanha à distância, o que está relacionado à política.
Apesar de suas muitas responsabilidades, esmera-se em ser um desportista - um apreciador de tênis,
quando este arranja um parceiro à sua disposição.
Embora se diga imprevisível, não consigo entender o que me faz pensar o contrário.
Ele é também alguém que se diz sem medo, mas que não se sabe ao certo até onde... Um ser humano normal, que enfrenta feras, se for necessário, mas tem medo de roda gigante. Quem diria?
Tenho a honra de conviver com tamanho poderio. Uma espécie de presente que eu nunca compreendi o porquê de tanto privilégio. Claro que sofri também, mas é tudo tão compensador. Uma loucura sã! 
Ele é de muitos conhecidos e de amizades saudáveis, e segue fazendo história. Claro, um rastro não
plenamente perfeito...  mas sem dúvida nenhuma, de um grande aprendizado. Um excelente saldo positivo. 
Entre muita coisa relacionada a sua pessoa, eis o mínimo que se pode relatar aqui. Eis Cláudio... Um
homem com seus defeitos, suas falhas... Mas alguém especial, cheio de muitas
qualidades,  e visivelmente defensor de boas idéias. Um amante do
bem. Que em todos os aspectos, se aperfeiçoa com o tempo.
Tenho muito o que aprender com ele".
Anônimo

Presidente ou Presidenta?

Texto gentilmente cedido pela amiga Ângela, que agradeço.
Repasso a pedidos de amigos portugueses, que não desejam
assistir a sua língua pátria descaracterizada ao sabor de interesses pessoais
mesquinhos e irrelevantes de grupos políticos habéis em distorcer ou ignorar a
cultura, a ética, as leis e as regras vigentes no
Brasil.
Assunto: PRESIDENTE OU PRESIDENTA?

<> 
<> 
PARA ENCERRAR
O ASSUNTO...

Muito legal. Uma verdadeira aula de
português, muito didática, e com um final irônico e bem
humorado.
A ULA DE PORTUGUÊS : O CORRETO
É PRESIDENT
E OU "PRESIDENT A " ? ? ?
Tenho notado, assim como
aqueles mais atentos também devem tê-lo feito, que a candidata Dilma Roussef e
seus apoiadores, pretendem que ela venha a ser a primeira president
a do Brasil, tal como atesta toda a propaganda política veiculada pelo PT na mídia.
Presidenta?
Mas, afinal, que palavra é essa?
Bem, vejamos:
No português existem os
particípios ativos como derivativos verbais.
Por exemplo: o particípio
ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante...
Qual é o particípio ativo do
verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é ente.
Aquele que é: o ente.
Aquele que tem entidade.
Assim, quando queremos
designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que
se adicionar à raiz verbal os sufixos
ante, ente ou inte.
 
Portanto, a pessoa que preside é "PRESIDENTE", e não "Presidenta", independentemente do gênero, masculino ou
feminino.
Se diz capela ardente, e nãocapela "ardenta"; se diz estudante, e não "estudanta"; se diz adolescente, e não "adolescenta"; se diz paciente, e não "pacienta".
Um exemplo (negativo) seria:

"A candidata a president a se comporta como uma adolescent a pouco pacient a que imagina ter virado elegant a para tentar ser nomeada representant a. Esperamos vê-la algum dia sorrident a numa capela ardent a, pois esta dirigent a política, dentre suas tantas outras atitudes alienant as, não tem o
direito de violentar o pobre português, só para ficar content a."
Absolutamente correto! Está mais do que na hora de
restabelecermos A LEITURA E A FALA CORRETAS DE NOSSO IDIOMA - o PORTUGUÊS (falado no Brasil) e não mais o
churrasquês, o futibolês e outros dialetos de triste e recente memória, infelizmente aplaudidíssimos pelos 80% dos patrícios que vibravam com as bobagens oficializadas e incensadas pela massa de áulicos (áulico:
cortesão, palaciano ) e puxa-sacos dos "cumpanhêru"
de igual (?) nível moral e intelectual...

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

E Viva Odorico Paraguaçu!


Saudades de Odorico Paraguaçu, Dirceu Borboleta, Lulu Gouveia, Zeca Diabo, Nezinho do Jegue e as imãs Cajazeiras. Qualquer semelhança, com algum personagem real, terá sido mero obra do acaso. E... que tenhamos os pés no hoje, e os olhos no depois do amanhã, como diria o sábio Odorico. E deixemos de lado o "patrasmente" e vivamos o "presentemente".

Que país é esse?

Onde estamos? Como entender que vivemos em um país com
tantos impostos e poucas atuações por conta de nossos representantes, que sejam
capazes de passar dias discutindo um aumento para o salário mínimo?
Um dos pontos abordados pela votação do Orçamento da
União é o reajuste do salário mínimo. O reajuste busca sempre cobrir a variação
da inflação do ano que passou (utilizando para
tanto o INPC) e acrescentar um pouco mais, a
variação do PIB relativa ao ano que passou (uma forma
de distribuir as riquezas).
O salário médio do brasileiro, apesar de também subir,
mostra-se sempre aquém desta regra de reajuste. Como conseqüência, após 14
anos, o salário médio que equivalia a 8 salários mínimos em 1995, passou a
valer 3 salários mínimos em 2009.
Que pais é este em que  parlamentares discutem
tanto  a necessidade de conter-se gastos públicos, e aprovam com uma
absoluta agilidade, na calada da noite um reajuste para seus próprios salários,
com um índice absurdo de 62%, enquanto estipulam para o salário mínimo uma
correção  por volta dos 6%? A revista Veja, edição de 16 de janeiro, página 61 publicou o salário de alguns ministros: Paulo Bernardo - R$ 46.800,00 (apenas 86 salários mínimos), Guido Mantega - R$ 40.100,00 (apenas 74 salários mínimos). O que Paulo Bernardo recebe em um ano, um simples mortal (que recebe salário mínimo) terá que trabalhar 80 anos ininterruptos para se igualar a tão parco salário. Se minha conta estiver errada, me perdoem... Nunca fui muito bom em matemática, meu forte na escola era História.
Como esconder da maioria, classe assalariada, que os "nobres parlamentares" além de
seus próprios aumentos ainda gozam de inúmeros privilégios pagos por fora?
 Como convencer tão sofrido povo, de que esse é o tal “aumento real” que
tanto falam, se nem  percebe-se quando este lhe chega à mão. Um aumento de
R$ 30,00 que o pobre trabalhador precisará de segurança armada quando for sacar
sua aposentadoria no banco, devido o risco que é trazer em seu bolso mais três notas de R$ 10,00. Como explicar essa matemática absurda? Será que é por isso, que somos tão bem classificados quando participamos das olimpiadas mundiais de matemática.
Ah! Brasil! Pode até ser que o erro não esteja nos 6%, com a
alegação de que “quebraria” a nação, se ultrapassasse a isso. Mas sejamos mais
justos senhores parlamentares, 62% é no mínimo um desaforo para com aqueles que
foram os responsáveis por vos elegerem.  
É tudo muito vergonhoso e revoltante. Entra ano e sai ano e somente permutam-se os autores,
 segue-se a mesma piada de que aparecerá uma mudança boa. Como era a
política dos romanos “panem et circenses”,  a política do pão e circo. Este método era muito
simples: todos os dias havia lutas de gladiadores nos estádios (o mais famoso
foi o Coliseu) e durante os eventos eram distribuídos alimentos (trigo, pão). O
objetivo era alcançado, já que ao mesmo tempo em que a população se distraia e
se alimentava também esquecia os problemas e não pensava em rebelar-se. Foram
feitas tantas festas para manter a população sob controle, que o calendário
romano chegou a ter 175 feriados por ano.
 Pão não temos muito, aliás, a maioria de nosso
trigo é importado da Argentina, mas circo... Há isso não nos falta. Somos
especialistas na arte circense. Não do velho Circo Garcia, em que o último de
seus leões foi encontrado vagando em uma rua no interior de São Paulo,
abandonado pelos antigos donos, por falta de condições de alimentá-lo. Somos
especialistas em fazer o povo rir, com piadas como o novo salário mínimo, em
danças ridículas de parlamentares (que mais parecem "coisinha de Jesus"), em gestos obscenos quando souberam do acidente entre o Legacy e o avião da Gol.  Resta-nos  tentar sobreviver... e procurar rir; Afinal de contas, não sabemos se a grande tenda está armada na capital federal, ou abrange todos os 8.511.965 km² do nosso imenso rincão brasileiro.
Cláudio Scavassa